06/01/2012
Por que você se agarra tão firme em si mesmo?
Isto é apenas uma casca, e as cascas se quebram.
Seu espírito é que é o imortal verdadeiro.
A morte não é o fim, a morte é um fim. Não há muito de bom em uma existência sem um propósito, e ainda menos em uma existência que traz a dor para tudo em que toca. Melhor acabar com este fio e deixar que um novo tome o seu lugar. A Trama – o entrelaçamento dos fios da realidade – formam uma imagem grande, mas o sofrimento e a tristeza estragam esta imagem. Sua responsabilidade é apoiar o mundo e desempenhar as funções necessárias para libertar aqueles que só trazem ou conhecem o sofrimento. É um dever, e não uma diversão.
Muitos Eutanatoi (como eles se denominam) depositam uma grande confiança na probabilidade e no destino. Uma vida pode depender de um jogo de cara ou coroa – se ela não ocorrer do jeito que você quer, então o destino não quer que isto aconteça. Outros Eutanatoi podem usar mágika, dispositivos e lógica para determinar se uma alma pode ser resgatada, ou se é melhor acabar com sua vida agora e permitir que ela tenha a chance de uma existência mais satisfatória através da reencarnação.
Eutanatoi acreditam na Roda do Destino – que os seres passam por muitas existências e vidas, rumo a cumprir seu propósito final. Uma pessoa que fique presa em um ponto da Roda, que se recusa a avançar em direção ao seu objetivo, desacelera a Roda para todos.
Nem toda a mágika dos Eutanatos envolve assassinato, um ou outro – na verdade, se uma situação pode ser curada sem derramamento de sangue, tanto melhor. Lembre-se que o seu objetivo não é a morte, mas a cura – separando o material doente dos saudáveis, de modo que o saudável possa prosperar. Melhor cortar um membro infectado do que deixar todo o organismo morrer.
Seu foco não está apenas sobre um ou outro indivíduo qualquer. Eles estão plenamente consciente das consequencias do que fazem, e cada vez que estes magos da morte tiram uma vida, devem ter a certeza de que é a coisa certa a se fazer. A escolha é definitiva, e as pessoas que ficam precisarão viver o resto de suas vidas com a perda da vítima – não é algo fácil de se lidar. Compreender as consequencias e os benefícios da Boa Morte – a morte que cura, o fim que traz novos começos – é vital.
Há uma razão para os Eutanatos prestarem tanta atenção às emoções, cálculos e terem certeza de suas ações: Jhor. Todos os magos acumulam Ressonância de suas ações, mas os Eutanatos em particular acumulam Jhor quando negociam com a morte. Jhor é a mácula da morte, um sentimento de morte e morbidez, uma obsessão com a morte que pode levar a vida de um Eutanatos e deixá-lo como uma máquina mortífera sem emoções. Este é o paradoxo crítico da existência como um Eutanatos: impor a necessidade da morte, se orgulhar do trabalho feito, mas não desfrutar do assassinato em si. O Eutanatoi não pode saborear a justiça, não pode se rejubilar de uma morte bem levada a cabo, para que não se perca na atração da morte, a atração da Jhor. Mas os Eutanatoi estão bem conscientes da ironia – por matar monstros, se tornam monstros. Entretanto, não é raro serem vistos como meros assassinos frios pelas outras Tradições. Paciência.
Resenhista: Eva