21/12/2011
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Olá,
Xeretando num antigo pendrive, achei alguns posts de blogs e sites que saíram do ar. O post em questão foi publicado no blog La Factoria RPG, e que se encontra fora do ar (mas o texto original pode ser visto aqui). É uma visão muito, mas muito legal sobre o que é paradigma para os magos, então resolvi republicar, sem alteração ou revisão do original.
O post foi publicado originalmente em 9/12/2008 pelo Cochise, que foi um fofo e autorizou que publicássemos o texto =^-^=
Enjoy.
Ao criar um personagem temos que criar o paradigma dele. Como ela acha que o mundo funciona. Isso mesmo, o mundo. Em sentido metafísico.
Um tecnocrata acha que o mundo é algo sólido, estável e que obedece a leis estritas da natureza. Por isso sua magia se baseia nessas leis.
Um corista pode (mas não necessariamente) achar que o mundo é a expressão da vontade de deus, e que ele normalmente mantém tudo como está, mas de vez em quando quebra a ordem para fazer das suas. Por isso sua magia se baseia em recorrer a deus, para que este altere a realidade para o mago.
Aqui que está o pulo do gato. Nós sabemos que o mago é que altera a realidade através da sua vontade, mas o mago em si não acredita nisso.
Um tecnocrata que vá usar a esfera mente precisa de uma lei natural para ampará-lo. Se ele vai usar psicologia, não vai conseguir estabelecer uma ligação telepática.
Um corista que encontre um umbróide assustador não vai fazer um acordo, mas sim exorcizá-lo. Aliás, sequer vai conseguir se comunicar com ele. O paradigma limita o mago.
Um orador dos sonhos fetichista que acredita nos espíritos dormentes de todas as coisas pode conseguir passar por uma parede de cofre convencendo o “irmão ferro” que ele é amigo, mas provavelmente não conseguiria transformar o ferro em outra coisa, como madeira.
Um adepto da virtualidade provavelmente pode derrubar um prédio queimando as plantas originais dele, ou seja, destruindo a informação do prédio, mas não existe notebook que faça a parede diante dele deixar de existir.
Toda magia deve estar de acordo com o paradigma do mago, e isso vai além dos focos e entra na questão complicada de “o mago faz o que é possível em seu paradigma”
Isso determina tanto a forma quanto o conteúdo. Um Filho do Éter vai usar máquinas de raios para gerar uma tempestade e um hermético vai usar selos e cânticos, mas assim como o Filho do Éter não aprisiona umbróides em fetiches o hermético não gera pulsos eletro-magnéticos para desligar aparelhos, por mais que o etéreo tenha a sua maquina interdimensional e o hermético consiga lançar raios de seu medalhão.
É claro que cada indivíduo é um indivíduo e tem seu paradigma particular que pode permitir que isso tudo seja feito. O ponto que quero chamar a atenção é para a criação cuidadosa do paradigma do personagem para que ele não se transforme em um xamã tradicionalista que crê nas leis da física.
Mesmo que isso faça com que o personagem deixe de usar todo o potencial de determinada esfera, um paradigma bem definido vale o sacrifício.