24/05/2012
Esta semana, o C. A. Suleiman fez um post no blog do novo jogo Mummy: the Curse (Novo Mundo das Trevas), avisando da participação do Malcolm Sheppard (autor dos Tradition Books da Irmandade de Akasha, do Coro Celestial e dos Eutanatos Revised, do jogo Mage: the Awakening e de Exalted: the Lunars, entre outros) na concepção do jogo e nos posts do blog.
A seguir, vocês acompanham a tradução do texto do Sheppard, explicando umm pouco sobre o conceito do Rito do Retorno das múmias.
Os Surgidos são mortos-vivos, mas não apenas cadáveres reanimados. O Rito do Retorno gera uma concha de carne de poder necromântico, modelada no corpo do sujeito no momento de sua morte ritual. Os seres que fizeram o Surgido submeteram-no à arte completa da preservação do corpo, então a “verdadeira forma” de uma múmia é algo salgado e murcho, morto e seco. Mas entenda que isto é uma simulação. Ao longo de séculos, um cadáver real desgastaria, mas a concha espiritual de um Surgido compensa, substituindo o tecido com magia solidificada.
Felizmente, o corpo mágico da múmia – seu sahu * – não está preso em um estado mutilado, morto. A mágica responde a pensamentos e emoções, portanto, um Surgido com uma compreensão elementar de sua Memória remodela a si mesmo em um simulacro de sua forma viva. Mas as memórias não são confiáveis. Às vezes, a múmia assume a forma de seus sonhos de juventude e saúde. Às vezes ela se esquece de sinais vitais em que nunca prestou atenção antes – ela não pisca, ou seu coração se esquece de acelerar com o esforço. E às vezes pensamentos confusos inflingem o sahu com falhas físicas. C. A. Suleiman e eu projetamos estes sistemas para produzir uma atmosfera sobre punição. Em um jogo onde os personagens possuem percursos comuns poderosos, é importante encontrar formas de os jogadores adicionarem um estilo individual.
Apesar do fato de que a projeção não é um sahu, mas uma forma corporal real, isto não quer dizer que mantém a sua coesão em todos os momentos. Na maior parte do tempo, ela exibe a lembrança global da múmia por si só, como destacado acima. Apesar disso, em certos momentos (especialmente nos primeiros momentos depois de ressurgir), a forma cadavérica do Surgido aparece, oferecendo a aparência tradicional de “múmia cambaleante”. E, finalmente, sempre que um Surgido clama pelas grandes mágicas a sua disposição, este poder ancestral surge, revelando sua natureza essencial para os que estão próximos. Para outras múmias e aqueles capazes de perceber padrões mágicos, isso realmente resulta em uma visão gloriosa secundária, sobreposta à primeira. Nestes momentos, a majestade e a idade do Surgido se revelam completa e terrivelmente.
E ai, o que vocês estão achando do jogo até agora? Tem umas ideias muito bacanas, com uma leitura e uma visão moderna para o antigo mito das múmias.
Já viram as traduções dos posts anteriores sobre o jogo? Dêem uma conferida e opinem, as opiniões, dúvidas e sugestões de jogadores brasileiros deixadas nos comentários do Livro dos Espelhos serão vertidas para o inglês e enviadas para o Suleiman, para que as respostas sejam traduzidas para o português tão logo ele possa responder.
Sahu: do egípcio, a entidade espiritual, a entidade dos falecidos no paraíso. Segundo a lenda, jorra do corpo do morto e é chamado para estar presente durante as cerimônias realizadas para o falecido. Aparentemente, chegou até nós comparado ao ego reencarnado. Nesse sentido, uma entidade espiritual desenvolvida a partir das experiências terrenas da mônada (segundo Leibniz, mônada é uma substância simples, ativa e indivisível de que todos os seres são formados).
Fonte: Character: The Sahu
Autores: CA Suleiman e Malcolm Sheppard
Tradutora: Eva