20/04/2012
Segue um trecho da 1a edição de Vampiro: A Máscara – jogo que inaugurou toda a maravilha e o terror de um Mundo das Trevas que prima pela interpretação acima de qualquer coisa. De certa forma, é o motivo de ser de todo o cenário. Espero que vocês gostem tanto quanto eu.
Eles povoam a nossa imaginação. Ocultam-se sob nossas camas. Rastejam nos obscuros recessos de nosso inconsciente primitivo. Não há fuga, não há refúgio a — coisa vai pegar você. A Besta, o aniquilador, o Lusus Natura. O que é? Por que o tememos?
Qual é o seu nome?
Sempre tivemos nossos demônios. Há muito inflamam a imaginação romântica de sacerdotes e poetas. Houve um tempo em que os denominamos Trolls; depois foram chamados de Diabos, e então vieram as Bruxas misturando poções maléficas em seus caldeirões. Ainda mais tarde, dizia-se que o Monstro era o Lobo Mau, o Bicho Papão, o Godzilla do terror da Guerra Fria. Por fim, alguns chamaram-no de intolerância e boçalidade. Durante algum tempo tentaram convencer-nos de que monstros não existem, que tudo no universo tinha, ou logo viria a ter, uma explicação racional.
Mas agora sabemos a verdade. Reatamos nossas relações com a Besta. Aprendemos o seu verdadeiro nome.
Agora compreendemos a dimensão da eternidade, sua infinitude inimaginável, sua estrutura caótica e a insignificância de nossa própria existência. Agora admitimos a magnitude dos problemas que enfrentamos e a nossa aparente incapacidade de gerar mudanças na escala necessária para salvar-nos.
Tivemos um lampejo da realidade e enxergamos a verdade por trás do véu. Fechamos o círculo e redescobrimos o Demônio. Recuperamos nossa heran- ça ancestral. Achamos aquilo a que concedemos tantos nomes — a fonte de nosso terror mortal.
Descobrimos o inimigo… e somos nós.
Fonte: Vampire: the Masquerade 1st Edition
Imagem: The Art of Vampire: the Masquerade
Tradução: Anônima