15/08/2010
Um conto sobre a tentativa de Busca de WildStar, para que alcançasse o próximo ponto de Arete. E, por pura crueldade da player, e para dar um toque na Húbris cuidadosamente disfarçada da personagem, uma tentativa… pode uma alma dinâmica sentar e esperar? Conto baseado em Mago: A Ascensão.
Decidiu ir assim, sozinha.
E, sozinha, sentou sob o sol escaldante.
Viu o reflexo da raposa sobre o areal, então sabia que era ali que algo seria revelado.
E então esperou.
Mas o sol, não.
Implacável, encrestou-lhe a pele. “Caralho, essa maluca sempre me enfia no deserto. Tenho cara de beduína?”, pensou consigo, mais como uma forma de desabafo do que qualquer outra coisa. Não avisou ninguém para onde iria. O esposo certamente estaria preocupado… mas como dizer a ele? Ele… ele e sua voz… ele e seu jeito ácido… ele.
E ele tomou os pensamentos da moça, que nem percebeu quando suas fantasias tornaram-se ilusões, alimentadas pela febre.
Luxúria queimou-lhe a alma… não viu a noite chegar.
Deitada sobre a areia, quase encoberta, tiritou de frio. O filho… o marido… e os amigos… e os ex-amantes… e tudo, tudo o que viveu nestes já longos vinte anos passou-lhe diante dos olhos… que foram ofuscados pelo sol, quando este começou a se levantar.
Uma mulher, vestida exatamente como ela, caminhou em sua direção. Seu coração saltou.
“Mamãe?”, gritou.
A mulher, que tinha os traços de sua mãe – que, ela não percebia, eram os dela mesma – olhou-a com desprezo. E seu sorriso de raposa não deixaram dúvidas. Recompôs-se, pois não era Yue. Yue morreu no deserto das águas… mas controlou a febre, e manteve o olhar em sua guia.
A raposa gargalhou.
“Esperar, minha criança? Não quando você deve agir. Quando cansar de brincar de casinha, me procure novamente. Esperar… pfff…”.
Maiara jogou-se sobre a areia, gritando de dor e de despeito. O orgulho fora estilhaçado por aquele riso. Não haveria mais poder para ela… não haveria maior compreensão sobre a Verdade.
Sabia que não havia conseguido.
Ela esperou.
E falhou.
Autora: Eva